sexta-feira, 28 de maio de 2010
Dura Realidade
Onde estão os verdadeiros heróis, os verdadeiros valores, que defendemos com nossos tolos punhos em riste... Tudo teve esse final triste, e não há como mudar o que sempre foi igual, igual a mim teus olhos secaram, não há vazio maior que a esperança do impossível, tudo que nunca será já deixou de ser. Qual a razão destes fatos? Apenas boatos, todos nós, tolos que amam, tolos que crêem, tolos que vivem, sofrem, mentem e morrem...
Se é que ainda há esperanças, já não há o que esperar, sem rumos ou motivos vamos seguindo o mundo com nossos pés descalços, caminhamos muitos quilômetros sobre os cacos de vidro, rastejamos atrás de um novo desejo e agora percebemos que foi em vão, estamos sós, não há saída pra quem não teve malicia.
A pureza de coração, a nobreza, a paixão... São apenas curtos caminhos, atalhos para a desilusão, mundos de frustrações. A crueldade deste mundo só se enfrenta com o coração frio, com a razão em excesso e tudo que sempre se faz é magoar e a cada e todo instante matar, o que ainda nos sobra de humanos...
Não há tempo pra perdermos tempo sonhando com a perfeição, somos o que somos, o que queremos, o que fazemos, e o mundo dança em torno de ti... Não há saídas, não se pode desistir, os joelhos quando tocam o chão não contem a emoção, muros que despencam dos dois lados, bem vindo à vida real...
Porque traço estas linhas ou porque sonho acordado, motivos tolos e desraigados, rasgos tortos num mundo errado. Qual a solução para a minha insistência em lutar, porque não posso parar? Esse vazio, essa dor quando passará? Ah, perguntas sem respostas iguais aquelas que já fiz tantas vezes, quando voltarei a ser aquele rapaz, dormir uma noite inteira, sonhar outra vez com muita maneiras de te ter, ter objetivos e barreiras a vencer, e me afastar da beira desse precipício...
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Tributo a Gessinger
Ilhas vazias
Longe demais
Em estado de sitio
X da questão
Porto alegre
América central
Rotas e destinos
Antes pequeninos
Guantanameira militar
Um novo horizonte
A que distancia vai ficar
Risos de guitarras
Implodindo muros virtuais
Então surfamos
Nas onda do karma & DNA
Sem muros de concretos
Infinitos
Sem destinos...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Figuras de Linguagem
Escondido entre minhas aliterações, eu crio um mundo feito de palavras e permeado de sentidos camuflados, toda uma história ainda não narrada totalmente, termos inventados por uma mente inconsequente, erros ortográficos parecido então somente com seus respectivos e reais, conjunções mal aplicadas, preposições mal empregadas, interjeições apregoadas e até palavrões... Sob essas metáforas idiossincráticas e esses vocábulos de complexo discernimento delineio minhas hipérboles e desenho meus eufemismos a procura de um conforto então sagrado pra esta criatura de tal forma exagerada, alívio que pode ser dado por alguém que me entende puramente por então dizer-me que tente. E nessas antíteses que beiram a insanidade, me converto em um paradoxo tão absurdo, quanto qualquer outro por mim já escrito...
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Tolo...
O mundo parece maior quando nos sentimos perdidos, o mundo parece feroz quando precisamos de abrigo, de onde tirar coragem para enfrentar todos os medos e as angustias que nós mesmos criamos... Como lutar contra moinhos de vento... Como sentir de verdade o que há aqui por dentro... Como afagar a maldita agonia... Abafar o desejo... Suportar o ensejo de ser um mais que nada faz, sem importância, e provido de suposta arrogância que faz de mim não mais que um mero vagabundo, um a mais no mundo, alguém assim, indiferente até mesmo a mim...
Esperamos demais e a cada dia se faz mais presente o fato completo e decadente de que esperar é em breve se frustrar, não há luta, não há mudança, não há choro, não há dança que faça o impossível acontecer, e no fim das contas o que era pra ser? No fim da noite há quem volte sozinho pra casa, no fim da noite há quem fique na calçada, no fim da noite alguém perdeu, no fim das contas esse alguém sou eu...
E nada mais me fere que esta auto-piedade, nada mais me fere que essa falta de vontade, este desejo absurdo de abandonar este mundo e de sair por ai, sem destino, sem bagagem, sem ao menos uma passagem, só ter a mim porque talvez tenha sido quase todo o tempo assim... Por que luto? Em meu negro luto, como a dor que me deixa cego, luto por qualquer um, luto por ti, apenas para parecer que ainda em mim resta vida suficiente...
E nestas horas vazias só me resta à nostalgia que me faz parar no tempo ainda mais decadente, escrever estes textos sedentos, torcendo para alguém ler, sonhando em mudar o mundo de qualquer vagabundo que como eu lute a vida dia após dia, sofra a cada agonia, chore a cada lembrança, e nesta absurda dança não morra caído em um beco qualquer não tenha do mundo tanta magoa e não sinta tão fundo toda essa raiva...
Docemente amargurado, só por ter a mim mesmo decepcionado, sem ter qualquer conselho sóbrio, não sou capaz nem mesmo de sonhar um pouco, esquecer esse ruído rouco do meu coração já tantas vezes perfurado, e a cada lagrima tola que escorre, se esvai um pouco mais a gana de ter mais uma vez a chance, de ter pela primeira vez... Tolo...
Sem pé nem cabeça...
Não se atenha a ser alguém indiferente a quem você deseja... Não se deixe abater nem deixe que te esqueçam se você quiser ser lembrado, vá fundo respire o mundo e se quiser um encosto tome a minha mão, sem medo me apego a cada suspiro teu, tropeço e me esqueço do pouco que você já me deu... E quero mais... Outro copo de café ou algo um pouco mais forte, talvez um beijo, e outro desejo me entorpece e quando logo se esquece de tudo, já passou... Não te quero mais, e é só por um segundo que me afundo neste não querer, e quando tudo que era tão absoluto se reverte, sinto que tudo que me diverte que não me deixa ficar inerte é também o que me fere, e nesta torrente de sentimentos confusos me apregôo a um paradoxo confuso e toda essa insensatez se acaba assim, outro texto sem começo nem fim, outro lamento de melancolia ou talvez um grito da mais pura teimosia...
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Queda...
Encosta abaixo nós caímos
E por cobiça nos ralamos
Os joelhos arranhados
Sangramos em vão no chão
Em contraste com o osso alvo
O encarnado do sangue
Mancha o solo desbotado
Escorre pelo caminho
E nossos olhos castanhos
Temerosos e marejados
Só nos trazem a tona
Quando enfadados
Por receio ou angústia
Abandonamos o navio
Deixamos de lado
Todo e qualquer Desvario
E essas caixas de dinamite
Esses explosivos radioativos
São nossas mentes
São nossos risos...
terça-feira, 13 de abril de 2010
Dois...
Seres distintos em essência, mas com uma continua existência que insiste em se cruzar, quase completos estranhos que se conhecem tanto que é até de se abismar, e a cada toque e cheiro a cada sensação e desespero se aproximam mais e mais, e então paulatinamente, quase que imprudentes percebem então e somente o quanto ainda há a se explorar.
E então desprovidos daquele pequeno receio, tornam se tão inconssequentes e se aprofundam mais em mais, até o fundo da alma em cada canto do carma e até onde se deixar, segredos contidos e medos profanos já não importam mais, até mesmo pequenos defeitos que antes se empurravam pra dentro já se podem mostrar.
A cada imperfeição se descobrem e se tornam mais fortes para um ao outro amparar e descobrem então que se encaixam tão bem que é quase impossível separar, em cada partícula, célula e átomo tudo se junta em uma dança insensata em plena metamorfose contrariando todas as regras dois são um, são todos, são um milhão...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Outro mais...
Entre esses muros altos que se içaram em torno de mim, isolado do mundo e imerso em minhas próprias consternações, tropeço por ai, solitário e despreocupado com o que pode haver além de mim. Ser egocêntrico por natureza traço meu mundo a minha própria beleza, que aos olhos de poucos talvez tenha algo que se apreciar.
E então minha torpe quase psíquica de um escorpiano ascendido em peixes, me inunda com as mais estúpidas angustias e me atrela a um ou dois devaneios de algo que um dia teria sido primoroso, mas por casualidades do destino me torno cada vez menos infante e menosprezo o gosto acerbo desta vida que concebemos.
Poucos pontos pacíficos se discernem no horizonte, muitas histórias sem cabo se aglomeram em minha fronte e ao bel-prazer de um deus corrupto, meu mundo outrora tão injusto parece então se explicar através de deslizes por mim perpetrados, um ou outro delito deste quase completo ser normal...
quinta-feira, 8 de abril de 2010
E assim...
Cárcere do meu espírito, vanguarda do meu navio, que me flagela noite dia, que me impede qualquer alegria, e que desatina meu sofrer. A liberdade eu já não busco, pois seria impraticável depois de tudo contigo, nada mais ter. Amor tolo e inexplicável, que deslumbra os despreparados e os arrebata por uma torrente de amarguras e casualidades.
E se é este meu elo mais mortiço, o calcanhar que quando ferido derruba o implacável, então você o atingiu em cheio, pois em mim agora não resta sequer um devaneio, não há sonhos e nem esperança. A dura realidade eu devoro e anseio a cada vez que seja a ultima, que não reste sequer uma migalha de minha desprezível criatura e que assim te impeça de se satisfazer em teu cruel e insano prazer.
Se em teus braços devo perecer, se por teus olhos devo ver, se mesmo lutando eu tiver de morrer então que seja por teus lábios meu desvanecer, e em tua cândida tez escorra meu encarnado sangue, lágrima a lágrima, e que em teus sonhos eu viva, assim como nos meus eu te dou vida.
Que sequem teus olhos em minha camisa amarrotada e que essas tuas lagrimas que descem hoje por meu peito só caiam quando a felicidade te inundar, em ainda que sem ter meu objetivo alcançado que seja eu capaz de algum dia ter feito a ti um pouco mais feliz só por ter estado do meu lado, o lado errado...
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Suplicio de Tântalo
Condenados a estar
Próximos a nossas mais profundas vontades
Inertes em um mundo de possibilidades
De mão atadas, enclausurados
Num veredito insensato.
A sede de alcançar
De tocar-te levemente os lábios
E simplesmente ser arrastado pra longe
Por uma torrente interminável
De ações desajustadas.
Essas ações incontínuas,
Interrompidas por nossos espasmos
De terror e de agonia se enchem seus olhos
Busco em ti a ambrosia, o néctar sagrado
Que me permita ter-te em meus braços
E por fim seguimos sós
Mártires de nossa própria sina
Destino que não pudemos escolher traçar
Sonhos que ainda pudemos de realizar
Tolos que temem amar...
Isto somos nós...
Vivendo em um suplicio de Tântalo
Tão próximos e ainda assim tão distantes...