sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Paralelos



Estilhaços
Da bomba que você plantou
Atingiram meu peito
Cada pedaço
De tudo que você inventou
Teve efeito
Neste teu insano jogo
Sou um títere solitário
Sou meu próprio adversário
Ardendo em meu próprio fogo!

Ampulhetas
Corre o tempo desabalado
E ninguém nota
Soam as cornetas
Longe do teu lado
Sou meu próprio agiota
Neste meu jogo imaginário
Faço-me diferente do que sou
Do pouco que restou
Crio um mundo contrario...

Danço só
Com minhas palavras chatas
Em teu saguão vazio
Como pó
Em estradas isoladas
Crio outro desvario
Como qualquer criança com medo
Com qualquer herói em guerra
Cujo corpo encontra a terra
Perecemos muito cedo...

Por fim
Percebo que nestes versos
Crio outro mundo
E Assim
Neste paralelo desconexo
Em meu próprio lirismo afundo
Tento sonhar com liberdade
Um pouco de alegria talvez
E então outra vez
Destrói meu sonho a tua verdade!


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