quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Suplicio de Tântalo



Condenados a estar
Próximos a nossas mais profundas vontades
Inertes em um mundo de possibilidades
De mão atadas, enclausurados
Num veredito insensato.

A sede de alcançar
De tocar-te levemente os lábios
E simplesmente ser arrastado pra longe
Por uma torrente interminável
De ações desajustadas.

Essas ações incontínuas,
Interrompidas por nossos espasmos
De terror e de agonia se enchem seus olhos
Busco em ti a ambrosia, o néctar sagrado
Que me permita ter-te em meus braços

E por fim seguimos sós
Mártires de nossa própria sina
Destino que não pudemos escolher traçar
Sonhos que ainda pudemos de realizar
Tolos que temem amar...

Isto somos nós...
Vivendo em um suplicio de Tântalo
Tão próximos e ainda assim tão distantes...


1 comentários:

Everton Ferreira disse...

Depois de conhecer a história de Tântalos e seus filhos, foi possível compreender e se enquadrar no poema
.

Adorei a meta-linguagem, Parabéns!