quinta-feira, 19 de março de 2009

Dias depois



....Vinho, a garrafa quase vazia, o ardor na garganta, doce e amargo, quase tão ambíguo quanto a minha existência, quase tão entorpecente e inebriante quanto o perfume que a noite traz ... Desacompanhado. Pouco tempo pra reagir, tudo acontece muito rápido. A velocidade é atordoante.
....A cabeça girando, não sei se pelo vinho ou pelos pensamentos, a dor não é de verdade, apenas a alma esta machucada e o masoquismo nos faz continuar andando. Cruzando caminhos por vezes mais tortos que os nossos, andando perdidos, vagantes e errantes na escuridão de um mar de desilusões.
....Então é mais uma noite perdida em outro bar qualquer, com uma garrafa de bebida barata, jogando qualquer jogo infame... Amanhece, mas sempre há um bar que permanece aberto, aberto a tantas possibilidades, a novas e desregradas necessidades, à necessária extração desse mundo carnal.
....Os dias são quentes como o inferno e as noites absurdamente frias. Calafrios percorrem o corpo e o gosto amargo da noite anterior só vem acompanhado por um zumbido e por uma fascinante dor de cabeça. Continuamos sós... Mesmo quando acompanhados.


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